Retinoblastoma: tumor na retina representa 14% dos casos de câncer em menores de 2 anos

Diagnóstico precoce e tratamento adequado são primordiais para garantir a cura e a preservação da visão em crianças afetadas pelo câncer.

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O retinoblastoma, um tumor maligno que se desenvolve nas células da retina, representa aproximadamente 14% dos casos de câncer em crianças menores de 2 anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Esta condição, embora rara, é a forma mais comum de câncer ocular infantil e requer atenção médica urgente para garantir o melhor prognóstico possível.

O tumor originário nas células da retina, parte do olho responsável pela visão, pode afetar um ou ambos os olhos e, geralmente, é diagnosticado em crianças muito pequenas, frequentemente antes dos cinco anos de idade. Os principais sinais de alerta incluem um reflexo branco na pupila (conhecido como “olho de gato”), estrabismo, vermelhidão ou inchaço dos olhos, além de problemas de visão. É essencial que pais e responsáveis estejam atentos a esses sintomas e procurem atendimento oftalmológico imediatamente, ao notarem qualquer anormalidade.

“Diagnóstico precoce e tratamento adequado são cruciais para garantir a cura e a preservação da visão em crianças afetadas pelo retinoblastoma, um tumor ocular que representa 14% dos casos de câncer em menores de 2 anos. Os sinais mais comuns observados são um reflexo branco, que, muitas vezes, aparece em fotos, mais o estrabismo, o desvio do olho. No entanto, ressalto que, quando esses sinais aparecem, pode ser que o retinoblastoma já esteja grande ou localizado na parte central do fundo do olho. É importante dizer que o reflexo branco em fotografias pode ter várias causas, incluindo, até mesmo, o jeito que a fotografia foi tirada. É importante lembrar que o retinoblastoma é um tumor raro, ocorrendo em apenas 0,005% dos nascimentos”,  explica Dr. Arnaldo Bordon, chefe do departamento de Retina do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), referência internacional em tratamentos oftalmológicos.

Dr. Arnaldo Bordon

Graças aos avanços na medicina e nas técnicas de imagem, o diagnóstico do retinoblastoma pode ser feito precocemente, aumentando significativamente as chances de tratamento eficaz e a preservação da visão. As opções de terapia incluem quimioterapia, radioterapia, terapia a laser e, em alguns casos, cirurgia. A escolha do tratamento depende do estágio da doença e se um ou ambos os olhos estão afetados.

“Os tratamentos disponíveis para o retinoblastoma variam, dependendo se é um tumor único ou múltiplo, se afeta um ou ambos os olhos e, mais importante, do tamanho do tumor. Quanto antes o diagnóstico ocorrer, maiores são as chances de um tratamento conservador. O retinoblastoma pode ser 100% curado com um diagnóstico precoce, mas, se for detectado tardiamente e já tiver se espalhado para o cérebro, pode levar a óbito. Portanto, é um tumor que pode ser mortal, mas tem um potencial muito alto de cura, quando identificado em estágio inicial”, ressalta o médico oftalmologista do BOS.

Diagnóstico precoce

É fundamental não apenas para a preservação da visão, mas também para a sobrevivência da criança. Quando detectado e tratado nos estágios iniciais, o retinoblastoma tem uma taxa de cura elevada. No entanto, se não tratado, pode se espalhar para outras partes do corpo, levando a complicações graves e potencialmente fatais.

As famílias que enfrentam um diagnóstico de retinoblastoma devem receber suporte abrangente, incluindo aconselhamento genético, uma vez que cerca de 40% dos casos são hereditários. Essas famílias podem beneficiar-se de um acompanhamento contínuo para monitorar a saúde ocular da criança e prevenir possíveis recorrências ou complicações.  

“O retinoblastoma pode ter origem genética ou surgir de uma mutação espontânea. O aconselhamento genético é crucial para estimar a chance de transmissão do gene para a próxima geração. Cerca de 60% dos retinoblastomas ocorrem em um único olho e não são herdados dos pais, enquanto 40% têm origem genética e podem afetar um ou ambos os olhos. É recomendável que filhos de pais com histórico de retinoblastoma sejam examinados desde o nascimento até, pelo menos, entre os 2 e 5 anos de idade. Em geral, toda criança deve fazer seu primeiro exame oftalmológico aos seis meses de idade para detectar possíveis alterações oculares”, finaliza o chefe do departamento de Retina do BOS.

Diversas organizações de saúde e também associações de apoio ao câncer infantil têm trabalho para aumentar a conscientização sobre o retinoblastoma e a importância do diagnóstico precoce.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), por ano, a doença atinge de 200 a 400 crianças no país, por isso, organizações de saúde e associações de apoio ao câncer infantil têm trabalhado incansavelmente para aumentar a conscientização sobre o retinoblastoma e a importância do diagnóstico precoce.

O Banco de Olhos de Sorocaba fica localizado na Praça Nabek Shiroma, 210, no Jardim Emília, em Sorocaba (SP). Mais informações podem ser obtidas pelo site: www.bos.org.br ou pelo telefone: (15) 3212-7000.

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