“A liberdade é o bem maior do indivíduo, e é por ela que temos que lutar todos os dias”. É com este emblema e em nome da liberdade que a jornalista e escritora Juliana Valentim faz ecoar sua voz no meio literário. Com três livros publicados e um perfil de poemas autorais no Instagram – o Palavras que Dançam -, ela inspira milhares de jovens e adultos a viverem e lutarem pelo que acreditam.
Os discursos da escritora vêm ao encontro de diversos movimentos sociais que surgiram nos últimos tempos relacionados à liberdade de expressão, causas raciais e direitos humanos. “Estamos em um momento muito importante, com muitas pessoas buscando sua voz. Meu papel como escritora é trazer à tona esses assuntos e amplificar as vozes de quem precisa falar”, diz.
Entre as muitas causas abraçadas por Juliana, uma a movimenta de forma constante: a busca da mulher por direitos e espaço na sociedade, inclusive na literatura, que, por séculos, foi exclusivamente dos homens. “Ver as mulheres ganhando ainda mais força no cenário literário nacional é maravilhoso, e fazer parte disso me traz um orgulho enorme”, comenta.
Impactada por fortes nomes da literatura brasileira, como Clarice Lispector, Cora Coralina e Carolina de Jesus, ela conquista leitoras e leitores com poemas autorais que tratam do cotidiano.
Além disso, busca compartilhar cada conquista como escritora com o objetivo de incentivar outras mulheres a correrem atrás do que acreditam, sem medo de encarar o preconceito e as injustiças. “Pode até parecer clichê, mas precisamos caminhar juntas. Assim somos mais fortes”, afirma a jornalista.
Livros que inspiram liberdade
Temas atuais do cotidiano e a liberdade de viver e se expressar movem Juliana Valentim na escrita. Ela tem três livros publicados. O primeiro, Manuscritos de um Viajante, nasceu de uma viagem pelo mundo e da coleção de histórias de cinco anos morando fora do Brasil. O segundo, Palavras que Dançam, contém fragmentos poéticos autorais e deu origem ao perfil literário @palavrasquedancam no Instagram, hoje com mais de 42 mil seguidores.
A terceira obra, O Abrigo de Kulê, é o primeiro romance da jornalista, e trata de temas importantes como as questões raciais, a busca pela liberdade e a sororidade. “Meus personagens trazem no coração uma enorme garra, cada um à sua maneira. A Kulê, por exemplo, que dá nome ao livro, é uma moça negra que nasceu escravizada em uma fazenda no interior do Brasil. Embora só conheça essa realidade, ela busca incansavelmente sua liberdade”, conta.
O livro é uma ficção, mas traz cenários bastante reais do interior do Brasil na década de 1940. Para ambientar a obra, Juliana mergulhou em pesquisas e se inspirou nas histórias e memórias que ouviu da avó, nascida em 1928 e hoje com 92 anos.
Natural de Brasília, a jornalista e escritora é movida pelas palavras desde sempre. Na infância, sempre teve o incentivo dos pais. Da mãe, ganhou uma máquina de escrever e do pai – assíduo leitor – adotou o gosto pela leitura. “Eu sempre amei os livros, acho que eles nos permitem sair do mundo real e entrar no imaginário, que é um lugar muito gostoso, onde moram os sonhos”.
Uma InstaPoeta que dialoga por meio da poesia
Quem achou que a poesia seria esquecida com a chegada da Internet, presenciou a migração dela para o universo digital. Hoje, o movimento “InstaPoetas” dá ainda mais força ao gênero literário lírico, fazendo-o chegar diariamente às timelines dos usuários das redes sociais.
E Juliana tem o dom de colocar os sentimentos em formas de palavras. Pelo perfil Palavras que Dançam, impacta milhares de seguidores conectados, jovens e adultos, com textos autorais curtos e sinceros no Instagram.
Quem visitar a página da escritora, vai se deparar com fragmentos poéticos sobre coragem, poesia, dor, amor, liberdade, intolerância, o feminino, entre outros temas. Desta forma, os versos dela hoje não ficam limitados a quem tem a oportunidade de ler um de seus livros físicos, mas se espalham pelo mundo e inspiram também a quem está nas redes.