De acordo com dados apresentados na última pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 138 milhões de pessoas são afetadas anualmente por erros médicos e 2,6 milhões morrem por esta causa. Uma das principais falhas são erros no diagnóstico.

Segundo um artigo elaborado pela comunidade médica do movimento Slow Medicine, movimento nascido na Itália que possui dez princípios: Tempo, Individualização, Autonomia e Autocuidado, Conceito positivo de saúde, Prevenção, Qualidade de vida, Medicina Integrativa, Segurança em primeiro lugar, Paixão e compaixão e Uso econômico da tecnologia, “a prática médica atual tem se caracterizado pela falta de tempo: consultas rápidas, profissionais apressados e médicos desconhecidos frente a pacientes anônimos com frequência”, o que pode gerar diagnósticos falhos ou incompletos.

Para o Slow Medicine, a prática médica começa pela escuta cuidadosa e respeitosa do paciente, fazendo o uso ponderado, racional e apropriado da tecnologia.

Em conversa com a médica, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e adepta do Slow Medicine, Fernanda Ribeiro, a medicina moderna tem buscado pelo equilíbrio entre o uso da tecnologia e os princípios da medicina clássica. “Nós, médicos, tratamos o doente, não a doença. Os problemas de saúde vão além do organograma médico, são também emocionais, familiares, econômicos e requerem dos profissionais da saúde tempo, capacidade de ouvir e reflexão”, frisa Fernanda.

Fernanda Ribeiro, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e adepta do Slow Medicine.

Por isso, muitas clínicas estão investindo em um atendimento humanizado, como é o caso da Unique, uma clínica médica integrada de Sorocaba, que aplica um atendimento no qual todos os seus profissionais, tanto do pré, como do pós-atendimento, participam do processo. Ele começa no acolhimento ao paciente, fazendo com que o médico estabeleça uma relação de maior confiança com ele, o auxiliando na hora de optar por um tratamento mais eficaz.

Assim, ao evitar exames desnecessários, o paciente percebe o empenho do especialista e, consequentemente, acaba adotando uma postura mais participativa durante as consultas.

Alguns procedimentos são invasivos e irreversíveis, também por este motivo a integração do paciente com o médico é fundamental, assim como em casos clínicos graves e possíveis internações de longo prazo que devem ser discutidas com toda a franqueza. “Toda cirurgia deve ser muito bem pensada. No caso da cirurgia plástica, mais ainda. É preciso muita conversa e relacionamento com o paciente para entender o porquê daquele incomodo com o corpo para que não haja arrependimento”, comenta a especialista em cirurgia plástica.

Em uma era nas quais grandes corporações hospitalares se aproximam cada vez mais do mundo corporativo, pacientes viram clientes e médicos provedores de saúde, o movimento da Slow Medicine surge como uma esperança para milhares de brasileiros e pacientes que buscam por um atendimento de qualidade.

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