O vinho nasce da nobre aliança entre as mãos do homem e as forças prodigiosas da natureza: a terra, a planta, a rocha, o ar, os ventos, o sol, a água, o quente, o frio. Muitos são os países produtores desta nobre e sagrada bebida, como: Brasil, França, Portugal, Argentina, Espanha, Chile, Austrália, África do Sul, Nova Zelândia, Uruguai, Hungria, Áustria e Suíça. Cada qual com suas características e uvas personalizadas. Mas gostaria de chamar a atenção para o centro dos grandes vinhos da França e do mundo, as sub-regiões do Médoc, em Bordeaux, que produz os melhores vinhos tintos do planeta, de fama centenária e preços inatingíveis para a maioria dos mortais.
O solo dessa região não possui o melhor pH e é altamente rochoso para os padrões “aceitáveis” para a uva cabernet-sauvignon. Mas por que esses vinhos possuem as características mais valorizadas? Porque as uvas sofrem para produzir substâncias que darão o diferencial a esses vinhos. As raízes crescem com dificuldade entre as rochas. As rochas, na maioria pequenas e roliças, tornam o solo muito permeável. As rochas não retêm sais nem a água necessária para que a planta possa uni-los aos açúcares da fotossíntese e produzir frutos suculentos. O sofrimento faz com que sejam melhores! A superação faz com que sejam melhores! Não quero enaltecer o sofrimento, muito menos acreditar que o sofrimento enobrece a alma! Mas as dificuldades de crescimento despertam o metabolismo secundário, responsável pela produção de compostos necessários à proteção da planta em condições extremas.
Trazendo esta analogia para nossas ações, que possamos frutificar em solos rochosos! Que as rochas façam sofrer nosso metabolismo para produzir as substâncias valorizadas! Que não esperemos solos humosos para começarmos a frutificar! E que o homem obedeça e compreenda a Natureza, pois somos parte dela e ela nos ensina a sermos! Sermos melhores, frutificarmos melhor, compreendermos nossa essência!!!
Que possamos, ainda que pensemos em não obedecer a Natureza, seja por ignorância, egocentrismo, antropocentrismo ou o que mais for, compreender seus ciclos e ampliar a percepção de que entropia é ciência, natureza, biologia… é fato!
Participe da solução!
Envolva-se! Incomoda?
Então não se acomode!