O corpo do ex-boxeador Éder Jofre foi velado no Palácio 9 de Julho, sede da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nesta segunda-feira (3). Familiares, amigos, fãs do ex-pugilista e campeão mundial de boxe compareceram ao velório, aberto ao público em geral, para se despedir do ícone do esporte brasileiro.
O velório começou às 8h e está previsto para ser encerrado às 14h. O corpo será levado para Santos, no litoral sul paulista, onde haverá outro velório apenas com a presença dos familiares no Memorial Necrópole Ecumênica. Na sequência, de acordo com a família, o corpo será cremado.
Jofre estava internado desde março para tratar de uma pneumonia e morreu aos 86 anos neste domingo (2), em uma clínica em Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo.
Maior peso galo brasileiro
Éder Jofre é considerado o maior peso galo do boxe brasileiro de todos os tempos, tendo sido campeão mundial entre 1960 e 1965. Lutando na categoria acima, a peso pena, Jofre também foi campeão mundial em 1973.
Em 20 anos de carreira, venceu 75 lutas (53 por nocaute). Por sua trajetória vitoriosa, entrou para o Hall da Fama do Boxe da Costa Oeste dos Estados Unidos em 2021 e é, até hoje, conhecido internacionalmente como um dos maiores pugilistas da história.
Honrarias paulistas
Em 1975, Jofre recebeu a “Ordem do Ipiranga”, uma honraria concedida pelo Estado de São Paulo a personalidades que prestaram grandes serviços aos paulistas. Em 2011, o ex-pugilista também recebeu a Medalha do Mérito Esportivo do governo do Estado de São Paulo ao lado de outras referências no esporte paulista.
Jofre foi criado em uma família de boxeadores e iniciou no esporte desde criança. Alcançou a carreira de boxeador no São Paulo Futebol Clube, tendo o pai, Kid Jofre, como treinador. Quando treinava no SPFC, foi representar o Brasil nas Olimpíadas de 1956, em Melbourne, na Austrália ao lado do saltador Adhemar Ferreira da Silva.
A relação de Éder com a família e com o pai, Kid Jofre, foi retratada no filme “10 Segundos para Vencer”, lançado em 2018 e que contou com Daniel Silveira e Osmar Prado no elenco. Dirigido por José Alvarenga Jr., o filme mostra o crescimento de Éder em torno do esporte e como o seu pai conseguiu mantê-lo focado em dar o seu melhor dentro dos ringues.
Depois de aposentado dos ringues, Jofre passou a lutar por suas ideias no campo político. Foi eleito vereador da Câmara Municipal de São Paulo em 1982, pelo PDS, e em 1989 filiou-se ao PSDB. Foi membro da Assembleia Constituinte Municipal que promulgou a Lei Orgânica do Município. Como vereador, lutou, principalmente, por melhorias na área do esporte e foi autor de 25 leis.