
O campus da UFSCar Sorocaba sediou, nesta sexta-feira, 14, a 75ª Reunião Ordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba e Médio Tietê (CBH-SMT). O evento reuniu mais de 100 pessoas, incluindo representantes da sociedade civil, dos municípios integrantes e de órgãos estaduais, para debater temas fundamentais relacionados à gestão dos recursos hídricos na região. Destacou-se a ampla participação dos prefeitos — 15 no total —, além dos deputados estaduais Maria Lúcia Amary e Edson Giriboni.
Completando 30 anos de atuação em 2025, o CBH-SMT tem desempenhado um papel essencial no fortalecimento do sistema estadual de recursos hídricos. A pauta incluiu a posse dos novos membros e a eleição da presidência para o biênio 2025-2027. O prefeito de Araçoiaba da Serra, Dr. Quevedo, foi reeleito na chapa que conta com André Cordeiro Alves dos Santos como vice-presidente, Lara Estela como diretora-executiva e Wladnir Gomes Moreira como diretor-executivo adjunto.
Também foram debatidos e aprovados o plano anual de aplicação e o plano de trabalho para este ano. Além disso, foi apresentada a análise do projeto “Sala de Situação do CBH-SMT”, voltado ao monitoramento e à gestão integrada das águas da bacia.
O ponto alto do encontro foi o debate e a aprovação de um manifesto sobre a necessidade de revisão da cobrança pelo uso dos recursos hídricos da bacia, que não é atualizada desde 2010. O objetivo da discussão foi sensibilizar as autoridades presentes e os órgãos do Governo do Estado sobre a necessidade de readequação dos valores cobrados pelo uso da água, como forma de ampliar os investimentos nas 35 cidades que integram o Comitê de Bacias.
A atualização da tarifa garantiria mais recursos para a preservação e a gestão sustentável das águas da região. O comitê foi criado em 1995, e a cobrança pelo uso da água começou em 2010. Desde então, os valores foram fixados em reais, sem qualquer reajuste nos últimos 15 anos. Com isso, o CBH-SMT perdeu gradativamente sua capacidade de investimento em projetos essenciais para a preservação dos corpos hídricos e o enfrentamento das mudanças climáticas.
“Nosso comitê é nota 10 em eficiência e gestão, porém estamos perdendo, ao longo dos anos, a capacidade de investimento. Em 2024, por exemplo, tivemos R$ 70 milhões em projetos solicitados, mas pudemos efetivar apenas R$ 16 milhões, que era o recurso disponível. Se simplesmente atualizarmos monetariamente os valores, teríamos o dobro dos recursos disponíveis para essas 35 cidades. Contamos com a Assembleia Legislativa e com o Governo do Estado para avançarmos nessa revisão”, explicou Dr. Quevedo.