Imagem: Freepik.

Comemorado mundialmente no dia 6 de junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente é um lembrete latente ao país que mais destrói florestas em todo o mundo, segundo dados da Global Forest Watch, divulgados neste ano.

Embora a data seja um convite à conscientização e preservação dos biomas de todo o mundo, o Brasil não tem o que comemorar quando o assunto é a preservação ambiental  e o avanço do desenvolvimento sustentável que, nessa altura do campeonato, ganha o status de utopia.

Para se ter ideia, estima-se que 94% do desmatamento da Amazônia seja ilegal, de acordo com informações coletadas pelo Instituto Centro da Vida (ICV), em parceria com o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no ano de 2020. Isso faz com que, embora seja o país com maior biodiversidade do mundo, o Brasil continue saindo em desvantagem no debate sobre soluções à destruição ambiental.

A combinação de uma cultura de normalização da apropriação do meio ambiente e péssimas medidas públicas de controle aos danos ajudam a perpetuar o que é visto hoje. Para a advogada ambiental e bióloga, Cristiana Nepomuceno, parte essencial da conscientização das massas é o entendimento de pertencimento ao meio ambiente. “Devemos ter em mente que também estamos inseridos nesse todo e que a preservação do meio ambiente é, consequentemente,  a preservação da espécie humana”, diz.

Ela ainda complementa alertando que além do aquecimento global e tantos outros efeitos colaterais já conhecidos, a devastação do meio ambiente também pode ocasionar desequilíbrios ambientais, como as pandemias. “Com a perda dos habitats naturais, outras espécies passam a ter vida próxima a dos humanos, o que nos expõe a vírus e bactérias que até então não tínhamos contato e que, portanto, não temos defesas contra”, afirma.

O Dia Mundial do Meio Ambiente existe para relembrar a abertura da Conferência de Estocolmo, na Suécia, que foi um importante evento para o avanço de pautas ambientalistas. A comemoração deve movimentar debates em todo o mundo a respeito do assunto.

Divulgação.

Sobre a Dra. Cristiana Nepomuceno de Sousa Sores

É graduada em Direito e Biologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Pós-Graduada em Gestão Pública pela Universidade Federal de Ouro Preto- MG. Especialista em Direito Ambiental pela Universidade de Alicante/Espanha. Mestre em Direito Ambiental pela Escola Superior Dom Helder Câmara.

Foi assessora jurídica da Administração Centro-Sul da Prefeitura de Belo Horizonte, assessora jurídica da Secretaria de Minas e Energia- SEME do Estado de Minas Gerais, consultora jurídica do Instituto Mineiro de Gestão das Águas- IGAM, assessora do TJMG e professora de Direito Administrativo da Universidade de Itaúna/MG. Atualmente é presidente da Comissão de Direito de Energia da OAB/MG.

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