O ano de 2020 foi considerado pela revista norte-americana Time como “o pior ano de todos”. Realmente houve muitas mudanças no nosso dia a dia, a começar pelo home office/home schooling e o distanciamento social.
Agora, é chegado o momento de questionar como serão as tradicionais festas de fim de ano, após meses de isolamento e saudade.
“Além de não haver grandes encontros familiares e amigos, percebo que não haverá a habitual correria de festas, shows, festas de integração de fim de ano da empresa”, destaca Dra. Renata Isa Santoro, cardiologista e médica integrativa.
Apesar de todas as diferenças, o fim de ano não precisa ser considerado ruim. Dra. Renata convida todos a realmente parar, olhar para o que passou e para o que restou dentro de cada um de nós. “Reflita nos sentimentos que te afloraram nestes meses, nas emoções que te fizeram mudar a forma como lida com situações alegres ou desafiadoras, em como aquele amigo ou parente que ficou doente ou foi-se embora te trouxe ensinamentos que não quer deixar no esquecimento.”
A fim de lidarmos com as transformações neste fim de ano, a médica deixa algumas dicas para tornar o momento mais leve de vivenciar:
1- Mudar a mentalidade sobre as datas festivas: “a mentalidade que escolhemos ter para entrar nestas datas pode fazer toda a diferença. Em vez de lastimar por não estar passando o Natal com seus 50 parentes ou reclamar por não levantar a taça de ano novo em Nova Iorque, vamos focar nesta nova oportunidade de gerar memórias afetivas diferentes e criar novas tradições.”
2- Repensar sobre os presentes: “quem sabe não sejam mais necessárias aquelas toneladas de presentes embaixo da árvore de Natal. Esse feriado traz consigo algumas emoções genuínas, que é dar ao outro um agrado e sentir essa satisfação de volta”, cita a médica. Dra. Renata lembra que pesquisas mostram que gastar dinheiro com presentes para os outros lhe dará um impulso maior de felicidade do que comprar algo para si mesmo, mas há uma desvantagem nessa troca: o estresse com os gastos, a pressão de comprar mimos para todos os familiares e conhecidos, entrar em lojas lotadas, acompanhar o Black Friday e não perder a promoção, entre outros.
3- Repensar as bebidas de fim de ano: “Afinal, você está mesmo comemorando e agradecendo ou está no piloto automático virando uma taça atrás da outra?”, provoca.
4- Criar uma tradição nova: Se você for se reunir com um pequeno grupo ou apenas com sua família domiciliar, Dra. Renata propõe que pergunte às pessoas o que é importante para elas. Em vez de tentar recriar o que acontece todo ano, crie novas experiências. Algo novo que você fizer este ano pode se tornar uma tradição para a suas gerações.
E todos podemos também nos transformar junto com o ano de 2020, mas sob um ponto de vista positivo para que o próximo período seja melhor para todos. A médica cita algumas sugestões:
1- Dê experiências em vez de objetos: as experiências ficam mais tempo na memória afetiva do que os objetos. Então que tal dar uma massagem, uma aula de pintura, uma sessão individual de numerologia?
2- Uma doação: faça do seu presente uma doação para uma instituição em que você acredite. Atos de altruísmo como esse trazem, comprovadamente, melhor saúde, felicidade e um senso de propósito que fortalece o doador.
3- Pratique compras conscientes: ao escolher um presente preste atenção se está comprando o que planejava ou saiu da sua rota, ou foi seduzido. Observe as mensagens materialistas dos anunciantes para que você compre aquele produto sem necessidade nenhuma. Compre o que vem do coração.
4- Não gaste mais do que você tem: por que depois vai te trazer mais ansiedade, mais estresse e você vai ter que lidar com isso sem lembrar como foi parar ali.
5- Ao dar e receber presentes pare um pouco, tire seus pensamentos da agitação, e sinta a verdadeira sensação positiva que é dar um presente e fazer a outra pessoa se sentir querida. Quando receber o presente sinta aquele momento, de gratidão profunda. Fique nesse sentimento de gratidão em vez de sair rasgando papel um atrás do outro.
6- No momento da refeição e das conversas, evite os conflitos familiares tão comuns nessa época. Lembrem-se que estamos todos no mesmo barco e que a reação de um pode ser equilibrada pela compaixão do outro.
7- Aproveite todos ao redor da mesa para manifestar a presença, sem pressa, de olhar uns para os outros com calma e de simplesmente relaxar no Momento.
Dra. Renata Isa Santoro
- Médica pela faculdade de ciências médicas de Santos – UNILUS
- Especialista em Pediatria pela AMB/SBP
- Especialista na área de atuação em Cardiologia Pediátrica pela AMB/SBP/SBC
- Especialista em Ecocardiografia fetal e pediátrica pela UNICAMP
- Mestrado em Ciências pela UNICAMP
- Atuou como Cardiologista Pediátrica, Ecocardiografista e na formação da residência médica em cardiologia pediátrica na UNICAMP de 2007 a 2018