Dia do Médico: especialista em cuidar de pessoas

Médicos que atendem no Hospital Evangélico de Sorocaba (HES) falam sobre suas vocações, anseios e os rumos da profissão.

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Pode até parecer clichê escutar que o principal objetivo de um médico é ajudar o próximo. Há séculos, promover a saúde, combater doenças e proporcionar a cura de moléstias são fatores de motivação de quem segue a área da saúde. Comemorado nesta sexta-feira (18/10), o Dia do Médico visa lembrar o profissional que fica com um nó na garganta toda vez que recebe um olhar emocionado de gratidão de seus pacientes.

A região Sudeste é a que tem maior densidade de médicos por habitante, de 2,81, segundo o estudo “Demografia Médica 2018”, do Conselho Federal de Medicina (CFM). Os dados apontam que o Estado de São Paulo tinha 126.687 médicos em 2018, sendo 54,6% homens e 45,4% mulheres. Mas, o que inspira toda essa gente que lida diariamente com a vida dos outros?

A prevenção de doenças, a criação de um vínculo e o cuidado pelo bem-estar das pessoas são as motivações dos profissionais que atendem no Hospital Evangélico de Sorocaba (HES), Dr. Antonio Amador Calvilho Júnior, médico cardiologista, Dr. José Rosalvo Santos Maia, médico pneumologista e diretor clínico e Dra. Paola Renata Brandão Canineu Bizar, médica geriatra e especialista em clínica médica.

Formado em 2004, Dr. Antonio Calvilho conta que sua escolha profissional foi influenciada pelo pediatra que o atendia na infância. “Quando eu era pequeno, eu admirava o que ele fazia e me sentia bem quando ia a uma consulta. Quando tinha resfriado ou infecção, só de me examinar, eu já me sentia melhor pela figura dele”, lembra o médico com carinho.

No entanto, no dia a dia da prática profissional do médico, nem tudo são flores. Mesmo tentando não se envolver emocionalmente com as ocorrências, em razão da necessidade de tomada de decisões e pelo bem-estar psicológico próprio, os médicos não conseguem se distanciar completamente dos problemas das pessoas. Dr. Antonio Calvilho lembra sobre o caso de um paciente que ficou meses internado no HES e não havia mais o que ser feito. A única solução (e rara de acontecer) seria realizar um transplante. “Não é igual em filmes, mas eu dizia que ele ia sair daquela situação e lidava com a angústia da família. Após meses angustiantes no hospital, internado, conseguiu ficar alguns dias em casa com a família, o que foi uma grande vitória, mas voltou a ser internado e posteriormente faleceu de sua insuficiência cardíaca. Isso me marcou muito, porque foi o primeiro paciente altamente grave que era mais novo que eu”, emociona-se.

Dr. José Rosalvo conta que, durante 15 anos, pelo menos, o hospital foi a sua casa e ele passava mais tempo trabalhando do que cuidando de sua vida pessoal. Médico há quase 40 anos, ele acredita no bom relacionamento entre profissional e paciente. “É difícil pensar em parar quando você vê as coisas acontecendo. Eles te procuram e você vê a satisfação dos pacientes”, comenta.

Ele ainda acredita que a filosofia do local de trabalho deve ser a mesma do profissional. “Sempre tive vontade de cuidar dos pacientes como um todo, não como uma doença. Valorizo a medicina humanizada”, explica o diretor clínico e pneumologista do HES.

Tal motivação também é compartilhada pela Dra. Paola, que aposta na possibilidade de cuidar do paciente, e não somente curá-lo, mas dar a ele a assistência que precisa. “Eu presencio, diariamente, pequenos e grandes milagres. É uma das grandes dádivas da minha profissão. A área que escolhi, a geriatria, me faz deparar com o término da vida, entendendo que este é um momento real, que vai acontecer. É aprendizado preparar as famílias e os pacientes para isso de forma digna, sem grandes sofrimentos e traumas, sabendo que tudo foi feito da melhor forma possível”, elucida a médica.

A especialista em clínica médica fala que sua profissão está diferente atualmente, principalmente em razão do avanço tecnológico. Mas também diz que a medicina ainda é sobre “poder cuidar”. “Não é fácil! As pessoas têm a impressão de que ser médico é simples e tem status. Porém, é contato, dedicação, atenção, colocar a mão no paciente e examinar para fazer diagnóstico e tratamento, para amenizar o sofrimento, para curar quando possível e acompanhar todos os dias”, detalha Dra. Paola.

Além da motivação, a parte técnica é extremamente importante na medicina, por isto os profissionais precisam estar constantemente atualizados. “Há 40 anos, havia menos tecnologia e se dava mais atenção ao exame clínico. Pela evolução, são usados mais exames de laboratório para diagnóstico, mas a verdade é que o casamento das duas formas é a melhor maneira de se fazer medicina”, analisa Dr. José Rosalvo.

Dr. Antonio Calvilho ainda destaca que a importância dos protocolos para o tratamento dos pacientes, além do foco científico do profissional. “Estudo todos os dias, faço treinamentos e divulgação de técnicas, para não esperar que o paciente fique em uma situação extrema de complicação”, ressalta.

“Estamos vivendo um tempo da medicina em que se coloca menos a mão no paciente, se faz muito diagnóstico específico, mas se faz menos contato e cuida-se menos do que é essencial, que é o ser humano de forma global. Tenho certeza que não é só uma ideia minha fazer o melhor para o paciente e vê-lo como uma pessoa que precisa de atenção, carinho e dignidade”, conclui Dra. Paola.

O Ambulatório Cerrado do Hospital Evangélico de Sorocaba está localizado na Rua Imperatriz Leopoldina, nº 60, enquanto o Pronto Atendimento fica situado no nº 136 da mesma rua, no bairro Vila Jardini. O Ambulatório Zona Norte do HES está na Rua Gabriel de Lara, 255, no Jardim Ana Maria. Agendamentos de consultas e exames podem ser realizados pelo telefone: (15) 2101-6600 ou WhatsApp: (15) 98132-0643. Mais informações podem ser obtidas pelo site: www.hospitalevangelico.org.br.

Dra. Paola Renata Brandão Canineu Bizar, médica geriatra e especialista.
Dr. José Rosalvo Santos Maia, médico pneumologista e diretor clínico.
Dr. Antonio Amador Calvilho Júnior, médico cardiologista.

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