O Brasil está entre os 20 países mais solícitos do mundo, posição que, nos últimos quatro anos, vem em um constante crescimento, segundo o levantamento do World Giving Index. Ainda de acordo com o levantamento, na categoria “ajuda a um desconhecido”, o brasileiro subiu do 36° para o 11° lugar.
A situação vivida pelos gaúchos nos últimos dias estimulou um grande número de pessoas a arrecadar fundos para ajudar as pessoas que perderam tudo com as enchentes. O desejo de ajudar é enorme, mas o receio de cair em um golpe leva muitas pessoas a pensarem duas vezes antes de doar.
O primeiro passo que o doador deve fazer, segundo explica a perita Beatriz Catto, é observar se o nome do destinatário é o mesmo que consta na conta bancária ou dado do Pix. “É preciso observar, ainda, como essa informação chegou até o doador, se é uma fonte confiável e se o destinatário é de confiança. Desconfie, também, se a doação condiciona a uma promoção muito vantajosa”, alerta a especialista.
Infelizmente, explica a perita, muitas pessoas entram em grupos de WhatsApp e Telegram, ou mesmo em posts nas redes sociais, com uma narrativa de que possuem alguém doente ou precisam de ajuda por um motivo determinado, mas, na verdade, são golpistas.
“Se for doar para uma pessoa física que surgiu pedindo ajuda, é importante que você ou alguém de sua extrema confiança saiba quem é. Se for doar para pessoas aleatórias que surgem, a chance de cair em vários golpes é enorme”.
O mesmo cuidado vale para uma participação nas “vaquinhas on-line”. A perita informa que o site organizador da vaquinha não se responsabiliza pela veracidade do pedido, tampouco para onde o valor será destinado.
“Uma ONG divulgando uma vaquinha para a compra de um medicamento tem um peso completamente diferente de uma pessoa aleatória que manda mensagem no WhatsApp pedindo ajuda”, alerta.
Se o pedido de doação for realizado via telefone, a orientação é observar se o número do telefone consta na lista de contatos da entidade. Em seguida, é preciso descobrir como a pessoa conseguiu o contato. “Pergunte as principais informações do destinatário, como localização, endereço, objetivo e há quanto tempo está no mercado. Se a pessoa titubear ou falar algum dado errado, desconfie”.
Para quem já fez uma doação e desconfia que caiu em um golpe, a perita aconselha a denunciar a conta ou o usuário para a polícia, através de um boletim de ocorrência, ou para as autoridades responsáveis, através da ouvidoria das empresas.
“Depois de realizar a transferência ou Pix, a vítima dificilmente consegue reaver o valor, por isso é preciso estar atento a todos os detalhes para não cair em um golpe. Se você quer fazer uma doação, procure entidades sérias, que possuem uma boa reputação e que fazem um processo de auditoria para validar a história da pessoa que pede ajuda”, finaliza.