A visão é um dos sentidos mais preciosos que temos, permitindo-nos explorar o mundo ao nosso redor. No entanto, uma série de fatores, como a idade e estilo de vida, podem colocar nossa visão em risco. Uma condição que pode afetar a saúde ocular é o descolamento de retina, um problema grave que merece atenção para saber o que fazer caso ele ocorra.
O nosso olho é composto por várias camadas e a retina fica na parte mais interna delas. O local abriga muitas células importantes que captam a luz, além de veias e artérias. Dra. Anna Carolina, oftalmologista do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), explica que essa camada é essencial para que a visão ocorra de forma adequada.
“A retina abriga os cones e os bastonetes, conhecidos como os ‘neurônios da visão’. São receptores que vão transmitir um impulso elétrico, captado pelos nossos olhos e levado até o cérebro para ser formada a imagem”, detalha a Dra. Anna Carolina.
O que causa o deslocamento de retina?
O descolamento de retina acontece quando essa camada vital se separa da parede ocular, prejudicando o fluxo de oxigênio e nutrientes para as células responsáveis por fazer a gente enxergar. O processo pode causar perda parcial ou mesmo total da visão.
A principal causa do descolamento é a rotura de retina, que é quando há um rasgo nesta camada, permitindo que o líquido que preenche o olho penetre na região. Em pacientes diabéticos, há um risco maior de descolamento tracional. Neste caso, há formação de membranas que tracionam a retina e fazem com que ela descole.
“Nós ainda temos também o descolamento de retina do tipo seroso, causado por doenças inflamatórias. Neste caso, o paciente tem uma inflamação ocular, que gera esse levantamento da retina”, explica.
Fatores de risco
O descolamento de retina pode acontecer com qualquer pessoa, principalmente após os 50 anos. Com o passar do tempo, o vítreo dos nossos olhos vai se tornando mais líquido e se desprende da retina. Esse é um processo normal, mas em aproximadamente 15% dos pacientes, o desprendimento pode gerar a chance de ter um descolamento.
“Outro fator de risco, são os pacientes com miopia, porque eles têm áreas de fragilidade da retina; que chamamos de degeneração lattice. O que acontece é um afinamento da região com uma tração do vítreo. Outros fatores que também podem causar o problema são um trauma, como uma bolada ou soco, e a realização de cirurgias intra-oculares, que também aumentam o risco de ter o descolamento”, completa a oftalmologista.
Atenção: se tiver sintomas, corra para um médico
O principal sintoma do descolamento de retina é a fotopsia (flash de luz), associada a uma turvação no campo visual. Além disso, o paciente pode apresentar uma piora das “moscas volantes” (manchas na visão que se parecem com pontos ou fios que flutuam diante dos olhos).
Dra. Anna alerta que o descolamento de retina também pode ter como sintoma a perda de campo visual, a pessoa não consegue enxergar o campo inferior, superior ou dos lados, como se fosse uma cortina.
“Caso o paciente note algum desses sintomas, ele deve procurar, com urgência, um oftalmologista. A pessoa não deve ficar esperando para ver se esse sintoma visual melhora. O descolamento de retina é uma doença progressiva, ou seja, ele pode começar em uma área pequena e o fluido vai entrando e descolando a retina”, enfatiza.
Tratamento e prevenção
O tratamento para o descolamento de retina varia de acordo com a gravidade do caso. Em situações menos graves, a fotocoagulação a laser pode ser suficiente para selar pequenos rasgos no local. Entretanto, na maioria dos casos, a cirurgia é necessária para reposicionar a retina no lugar correto e evitar a perda permanente da visão.
Uma boa notícia é que o descolamento de retina pode ser prevenido por grande parte dos pacientes. Uma dica é evitar traumas diretos, ter cuidado quando praticar esportes, principalmente, nas artes marciais e nos que tenham risco no trauma direto. Dr. Anna também ressalta:
“A melhor maneira de evitar o descolamento de retina é manter um acompanhamento oftalmológico regular, especialmente para aqueles que estão em grupos de risco. (Pessoas acima dos 50 anos, míopes, com histórico familiar, diabetes ou que sabem que têm afinamentos na retina). Na maioria dos pacientes conseguimos fazer o acompanhamento anual, mas quem teve lesões suspeitas, o tempo diminui para seis meses”, complementa.
Sobre o BOS
O Grupo Banco de Olhos de Sorocaba é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, qualificado como organização social de saúde, criado em 1979. Atualmente, a instituição conta com um dos maiores bancos de córneas da América Latina. Além de realizar atendimentos aos portadores de patologias oculares, o grupo conta com o Hospital de Otorrinolaringologia para atender pacientes com doenças de nariz, garganta e ouvido. O BOS também mantém a entidade de cunho assistencial e social por toda região de Sorocaba com a sua unidade móvel, que atende boa parte da população interiorana do estado de São Paulo.
Atuando na área de prevenção, assistencial e didática científica, o BOS atende 75% do Sistema Único de Saúde, 20% Convênios e 5% particulares, abrange a cidade de Sorocaba e mais 50 cidades da região, pois não existe nenhum hospital ou serviço especializado em condições de atender a grande demanda existente no setor.
A última grande expansão do BOS foi concluída em 2017, quando foi inaugurado o prédio anexo que abriga o Instituto BOS. A unidade serve de apoio aos estudos dos médicos residentes e também abriga o centro de eventos e a Clínica Popular, que disponibiliza atendimento oftalmológico de qualidade a preços populares, como alternativa à população.
O Hospital BOS está localizado na Praça Nabek Shiroma, n.º 210, no Jardim Emília, em Sorocaba (SP). Mais informações podem ser obtidas pelo site: www.bos.org.br ou pelo telefone: (15) 3212-7000.